Ante R$ 408,76 dos caninos. Cachorros podem ‘consumir’ até 44% do salário mínimo dos brasileiros.
O custo médio mensal para cuidar de cachorros no Brasil é o dobro do custo para cuidar de gatos e pode atingir até 44% do salário mínimo. Essa é uma das conclusões do mais recente levantamento sobre os gastos mensais com animais de estimação realizado pelo IPB (Instituto Pet Brasil), uma instituição que há nove anos estimula o desenvolvimento do setor pet brasileiro. A pesquisa é realizada anualmente, a partir de levantamentos de mercado feitos pelo IPB com o auxílio de bases de dados da Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação) e do Ministério da Economia.
O estudo mostra que o gasto médio mensal do brasileiro com cachorros foi de R$ 408,76 no ano passado (pouco mais de um terço do salário mínimo vigente, que é de R$ 1.212). Cães pequenos (até 10 kg) geraram um custo de R$ 299,66; os médios (de 10,1 kg a 25 kg), de R$ 393,01; e os de grande porte (mais de 25 kg), de R$ 533,60, o que equivale a 44% do salário mínimo. Por ser uma média, esses valores podem ser ainda maiores, dependendo das particularidades de cada animal.
O gasto médio com gatos ficou em R$ 200,19, menos da metade do valor médio de gastos com cães. Para Nelo Marraccini, presidente do Conselho Consultivo do Instituto Pet Brasil, o impacto dos animais de estimação na renda mensal é um dos motivos pelos quais o número de felinos tem crescido mais do que o de cães nos lares brasileiros. “Não há dúvidas de que os cães ainda são os ‘queridinhos’ nos nossos lares, mas nos últimos anos, o número de gatos vem crescendo a uma velocidade maior do que o de cães. Como motivos, vemos não apenas o menor custo com o cuidado dos felinos, mas também o envelhecimento da população e o aumento de pessoas que moram em apartamentos e sozinhas. Os gatos demandam atenção, mas menos do que os cães”, afirma Marraccini.
De acordo com o Censo Pet IPB, divulgado em junho, o Brasil encerrou 2021 com 149,6 milhões de animais de estimação. Os cães lideram o ranking, com 58,1 milhões de indivíduos, seguidos por aves canoras (41 milhões) e gatos (27,1 milhões). No entanto, os felinos são a espécie com crescimento mais acelerado (e recorde) em um ano (6%), ante 4% dos cães e 1,5% das aves.
“A pesquisa sobre o custo mensal com pets é essencial porque todas as pessoas que pensam em adotar ou comprar um animal de estimação precisam ter responsabilidade financeira. Os pets demandam não apenas carinho, mas também gastos. Calcular esse impacto a longo prazo é também uma forma de amor para com os nossos bichinhos”, afirma Marraccini. O Instituto Pet Brasil e outras entidades do setor pet estão à frente da Campanha Criador Legal, uma iniciativa que defende o bem-estar dos animais de estimação, desde o nascimento até a comercialização ou adoção, e promove a educação para a posse responsável de pets pelos proprietários e famílias.